quinta-feira, 23 de julho de 2009

As Palavras e o Sentir

Escrever é dar voz ao coração,
ao sentir mais profundo.
É entrar no âmago e baloiçar através das palavras.
Na linguagem dos homens dá-se nome a tudo o que existe e não existe.
Mas as palavras tornam-se demasiado curtas para trazer o que de mais profundo sinto.
É uma viagem interna, onde os instintos estão alerta e onde o coração reside.
Escrevo para a Cura, do meu Ser e de quem me possa vir a ler.
Sou Luz. E é na Luz que encontro e reencontro todos os meus pedaços.
Sinto o Universo a manifestar-se, a ganhar forma no meu corpo, no meu campo etéreo.
Sinto que pertenço a tudo e que nada me pertence.
É uma voz que vem de longe e que me sussurra ao ouvido:

“Vem. Vem. Entra por esta porta, recebe esta chave e agora descansa um pouco. Tens feito um bom trabalho, mas por agora, descansa. Descansa sob as nuvens, as montanhas, o mar. Toca o Sol, toca na música. Abraça a tua criança e dança esta louca dança que é a vida do Ser dançante. As estrelas lá no alto, riem de contentes, esta festa também é tua. ”

No olhar da inocência e através dele, vejo que não existe um futuro.
O futuro é o tempo do medo, aquele que esquece e faz por esquecer, que é apenas uma fraca figura, uma pálida memória, um desejo inacabado do teu Ser mais profundo.
Esquece esse tempo que é apenas uma fuga, uma desculpa.
Viver o presente é aceitar a beleza, a tristeza, a chuva, o vento, o barulho estridente, o silêncio oco.
Na entrega de cada momento podemos tocar as estrelas, sentir o Cosmos e agradecer esta Universalidade que fala de dentro.

Eu, Dina, Sou grata pela minha existência.

OM NAMAH SHIVAYA*

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Índia: O regresso num piscar de olhos

Índia
Cheiro, cor, gente, imenso. Tudo é imenso. Tudo é intenso.
Incenso que cheira, que queima. Que Transforma.
Estranhos costumes, belos de se ver. Olhares penetrantes, cabelos de seda.
Mãos sujas, mas tão puras de gestos. Corações abertos, almas penantes que vagueiam nas estradas, por entre os espaços apertados. Realidades diversas, visões dispersas.
Animais de poder, objectos santos. Luas que cantam a noite. Mantras que pintam as ruas. Sabores diferentes.
Índia, terra desperta, terra da terra. Acordaste o divino que há em mim.
Solo sagrado, chuva que não passa. Sol árido, quente, pesado. Areia fina, solta, branca de leve.
Águas calmas que lavam a Alma, basta seguir a corrente.
Rezas, vozes estranhas. Surdos de se ver. Fome faminta. Querer e não poder.

Gentes ambíguas, pérolas de Ser.
Índia. Índia. Cantas as memórias guardadas nos templos sagrados.

És tão minha.
Índia. Terra do sempre, para todo o Sempre.
Trago-te ao peito. Hoje e Sempre.
Namaste a todos os Deuses.

domingo, 12 de julho de 2009

Expressão

Encontrar este espaço onde se é, é uma dádiva.
Um constante permanecer na verdade, na essência.
Deixei de ter medo de ser, de exprimir o que há tanto a minha alma queria trazer, dizer, fazer.
Movimento, canto, toque, música, dança.
Arte que flameja e que se encontra no ponto onde começa, onde se funde e onde torna a nascer. Una.
Ser. Ser este Ser amoroso que sabe rir, chorar, pedir, parar. Saber Ser sem ter que Ser.
Criança interna, foste recuperada e és agora por mim amada e acarinhada.
Que bom este reencontro. Juntas, não temos medo. Juntas, vemos as estrelas e percorremos os céus dos Deuses. Que bom te amar.
Bola que brinca, que rodopia, que saltita. Cor e fantasia. Estrada sem medo, apenas alegria.
Inteireza. Ser inteiro na universalidade do saber. Uma porta que se abre e que não mais se fecha.
Demorei tanto tempo a conhecê-la. A conhecer-te. A conhecer-me. Tanto medo. Tanta incerteza.
Tanto tempo. Que bom ter atravessado o túnel desse tempo.
Amar é belo. Ser é apenas Ser. Sem desvios, sem pensamentos.
Entrem nessa estrada e percorram-na. Ela espera-vos. Com toda a certeza.
Quando sentirem desejo, quando sentirem calor no peito, coloquem as mãos ao alto e sintam a chama divina. É Deus quem vos fala e Ele guiar-vos-à pela estrada infinita. Deixem esse calor invadir os vossos corpos, tornem-se nesse calor e sintam a unicidade cósmica que habita e co-habita na chama eterna da Vida.
Deus existe e tu és Ele.
É uma bola, uma esfera, onde o azul transparente preenche com beleza toda esta certeza.
Entrem. Sintam. É uma viagem linda.
Há sol a raiar todo o dia.
Traz a luz do teu sol e canta com toda a tua alegria.
És magia.
Vem Ser dançante, traz a tua chama divina.
Fogo. Fogo que ilumina, que aquece e transparece nesta melodia.
Vida. Chama da Vida.
Espaço. Espaço vazio.
Despe-te.
Tira a roupa que te limita.
Deita fora os devaneios e apaga essa sombra que não existe.
Tira, apenas tira.
Sente na pele o começar de um novo dia e respira.
Olha bem a beleza deste ciclo.
Torna-te na pena que voa suave e entra no caminho. No teu caminho.
Entra. Serás bem-vindo.

A todos os que lêem estas linhas, um forte abraço a saber a Vida.
OM NAMAHA SHIVAYA*

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Jardim da Vida


Quem sou EU?
Quem vive aqui, dentro de mim?
Às vezes sinto-me poeta da vida.
Sinto o pulsar desta energia e atribuo palavras ao que sinto.
Vejo-me águia, montanha, sol, mar.
Pedra, pássaro, movimento, silêncio.
Nos momentos em que me sinto Una, transformo-me num doce jardim.
Onde as flores são roxas, amarelas sem fim.
O cheiro que se respira é suave, doce e perfumado.
Encontro o sabor da eternidade em mim e viajo através do coração e da visão.
Não existem muros ou dúvidas.
Torno-me no próprio vazio que é este sentir.
Não tem espaço e é tão espaçoso, tão Livre.
Medita. Medita.
Conheço bem este sítio.
Se fosse uma palavra, silêncio seria.
Se fosse um bicho, um pássaro seria. E bem alto, voaria.
Se fosse gota, num pequeno rio me tornaria.
Se fosse, se algum dia fosse, apenas seria.
Nas palavras encontro a ponte entre o coração e a razão.
Redescubro-me de cada vez que me entrego à escrita.
Não rotulo. Não penso. Apenas trago o que sinto.
Cada dia é um dia.
E hoje, respiro.
O coração está solto, leve.
O corpo flutua e o amor expande-se por cada sítio.
Eu, Dina, amo este sentir.
Descobri a Paz, hoje Sou Livre.

Dança da Lua

Leveza.
Subtileza.
Beleza.
Tamanha certeza. Grandeza.
Sinto-me tua, fazes parte da janela do meu Ser.
Povoas os meus jardins.
Falas com as minhas estrelas.
Bebes das águas que me lavam e cantas-me os teus Segredos.
Dança do encantamento, do enamoramento.
Sou tua.
Vivo entre o Céu e a Terra.
Viajo de pólo em pólo, com as asas da liberdade e do saber.
És meu sem o ser. Somos sem ter que ser.
Na alquimia. Na fusão dos nossos seres.
Viemos das estrelas.

Somos Guerreiros da Luz.
Espadas ao vento. Serpentes.
Cânticos brancos, a Lua uiva com o peito aberto.
A noite é tua, é minha. É nossa.
Vem dançar a nossa dança, nesta noite tão única.
Espero-te nos Portões Brancos da Luz.

OM NAMAHA SHIVAYA*