sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Parir um Filho


Parir um filho é simples e transcendente, é físico e energético, é terreno e espiritual.

Parir um filho é saber esperar, saber ouvir, permitir sentir, deixar acontecer.

Parir um filho sem medo é belo e transformador. É deixar o corpo guiar todo o processo, é saber ouvir a dor e fazer o que ela pede, é sair do conhecido e abrir as asas ao momento.

Parir um filho é ir às entranhas da Terra, é ir à sabedoria do corpo e deixar-se ser banhado por esse acontecimento.

Parir um filho não é abrir as pernas, é ser rasgada pelo calor da Terra, ser tocada pela força dos Vulcões, é abrir o canal da Vida e deixar descer o Ser que serenamente espera pela abertura dos portões do Céu e da Terra.

Parir um filho é crescer, é ter dor sem doer, é ter fome sem ter vontade de comer, é ter medo sem se sentir medo, é ter cansaço sem nos sentirmos cansadas, é estarmos à espera sem o tempo contado, é aprendermos sem esquecer, é transcendente sem ser transcendental, é maravilhoso sendo belo, é simples sendo simples.

Parir um filho é sentir, pensar, expressar, tudo e ainda mais de tudo o que existe no Universo.

É algo que nem com todas as palavras e dialectos existentes, se conseguirá algum dia dizer o que é.

Parir um filho é entrar na história da Criação e escrever uma história com ela.

Para todo o Sempre. Na Terra, no Céu, nas Estrelas.

Parir um filho é a maior das experiências…

Eu, Dina, agradeço ao meu corpo, ao meu bebé, ao pai, à nossa doula e sua filha e a todos os Deuses que estiveram connosco*